Pato Branco (PR) – Na noite de quinta-feira, 26 de junho, a Paróquia São Pedro de Pato Branco (PR) celebrou o sétimo dia da Novena em honra ao seu padroeiro. A celebração foi presidida por Frei Wilson Simão, da cidade vizinha de Chopinzinho (PR), que conduziu a reflexão sobre o tema: “Com São Pedro, pedra viva, construiremos a nossa casa sobre a rocha.”

Logo no início de sua pregação, Frei Wilson convidou os fiéis a fazerem um exame de consciência sobre os alicerces de sua vida: “Meu querido irmão, minha querida irmã, esse tema nos convida a pensar sobre o que temos construído em nossa vida. Onde temos firmado a nossa fé, nossas decisões, nossa casa, nossa família, nossa comunidade paroquial? A Palavra de Deus hoje nos ajuda a responder isso”.

A liturgia do dia trouxe o Evangelho de Mateus (7,21-29), em que Jesus adverte que não basta dizer “Senhor, Senhor”, mas é preciso praticar a vontade do Pai que está nos céus. A fé verdadeira se manifesta nas atitudes, e não apenas nas palavras.

“Jesus não está dizendo que é ruim rezar ou chamá-lo de Senhor”, explicou o frei. “Mas nos ensina que não basta falar de fé – é preciso vivê-la. A fé verdadeira aparece no perdão que damos, no amor que praticamos, na honestidade com que vivemos, no cuidado com os outros – especialmente com os mais pobres e pequenos desta comunidade paroquial de São Pedro Apóstolo.”

No mesmo evangelho, Jesus apresenta a imagem do homem prudente, que constrói sua casa sobre a rocha, e do homem insensato, que a edifica sobre a areia. Ambos enfrentam tempestades, enchentes e ventos. Mas apenas a casa sobre a rocha permanece firme.

Frei Wilson destacou que essa rocha é o próprio Cristo: “Se colocamos nossa vida sobre Ele, podemos enfrentar os ventos fortes da existência – doenças, crises, lutos, dores – e ainda assim permanecermos de pé, porque somos sustentados e reanimados em Cristo Jesus.”

Ele também trouxe uma bela reflexão sobre São Pedro, mostrando que o apóstolo foi um homem simples e falho, mas profundamente transformado pela misericórdia de Deus:
“Pedro errou, teve medo, negou Jesus… mas foi perdoado, amado e confiado por Cristo. Tornou-se a pedra viva sobre a qual a Igreja foi edificada. Não uma pedra rígida, mas uma pedra de fé, aberta à graça divina. Com Pedro como inspiração, somos chamados a construir nossas vidas, famílias e comunidades sobre essa mesma rocha inabalável: Jesus Cristo.”

Na sequência, Frei Wilson comentou a Primeira Leitura da celebração, extraída do Livro do Gênesis, sobre a história de Agar. Agar era uma escrava, rejeitada e sofredora. Fugiu grávida pelo deserto, sozinha, com medo e sem direção, até que o anjo do Senhor lhe apareceu e disse: “O Senhor ouviu o clamor da tua aflição.”

“Mesmo sendo uma mulher estrangeira, sem voz e sem poder, Deus a viu e a escutou,” afirmou Frei Wilson. “Isso nos mostra que nenhum sofrimento passa despercebido aos olhos de Deus. Talvez hoje você se sinta como Agar: sozinho, esquecido, atravessando um deserto. Mas essa leitura nos ensina que Deus vê. Deus ouve. Deus se aproxima. E Deus nunca abandona os seus filhos, mesmo quando o mundo os despreza.”

Encerrando sua pregação, Frei Wilson ressaltou que a novena não é apenas um momento de oração e festa, mas, sobretudo, um tempo de renovação do compromisso com Deus, com a fé vivida e com a comunidade que formamos: “Como São Pedro, queremos ser pedras vivas: gente de fé firme, que não desiste na primeira dificuldade, que não cai ao primeiro vento, que sabe em que rocha está alicerçada.”

Por fim, convidou os fiéis a um momento de silêncio interior, lançando uma pergunta profunda ao coração de cada um:
“Senhor, onde estou construindo minha vida? Minha fé está sobre a rocha ou sobre a areia?”

E concluiu com um apelo cheio de esperança:
“Se estiver sobre a areia, é tempo de mudar. É tempo de voltar. Jesus está sempre pronto a nos acolher, como acolheu Pedro, como estendeu a mão a Agar no deserto.”

São Pedro Apóstolo, rogai por nós!